Rodolfo Garcia Montosa
Muito se fala por aí sobre ministérios ungidos. Existem os medidores de plantão que andam com seus “unciômetros” calculando o grau de unção desta ou daquela oração, deste ou daquele culto, desta ou daquela pessoa, deste ou daquele líder.
Sobre esse assunto, algumas verdades precisam ser esclarecidas para ajudar a Igreja a cumprir sua missão.
Em primeiro lugar, é necessário afirmar que a unção do Espírito Santo está sobre todos os que estão em Cristo (1 Jo 2.19, 20). Essa afirmação feita pelo Apóstolo João foi justamente para que a igreja resistisse os falsos mestres e falsos profetas. Essa capacitação especial do Espírito Santo não estava sobre alguns, como esses alguns queriam que os outros cressem. Crendo assim, estes eram dominados por aqueles. Deus não quer ninguém dominando ninguém, daí a razão de distribuir seus dons como lhe apraz (1 Co 12.11, 18).
É para a finalidade de serviço ao próximo que a unção existe (Is 61.1-3; At 10.38) e não para a autopromoção e enriquecimento pessoal. Jesus foi a pessoa mais ungida que andou por essa terra. Toda a unção do Espírito que estava sobre sua vida foi para servir a humanidade. Seus discípulos seguiram o mesmo caminho, entregando suas vidas à morte por amor à comunidade. Se não for para servir, não serve.
A unção é distribuída em medidas diferentes para quem pede (2 Rs 2.9), conforme a vontade do Espírito Santo. Tendo o real interesse de servir, nosso papel é buscar com zelo os melhores dons do Espírito (1 Co 14.1, 39).
Quando toda a igreja entender, buscar e operar na direção Espírito Santo, viveremos a realidade da unção sendo abrangente e eficaz (Is 10.27), quebrando efetivamente todo o jugo, trazendo ensino e maturidade (1 Jo 2.27) ao povo de Deus, através da qual haverá plenitude de alegria (Sl 23.5; Is 61.2; Hb 1.9).
Leia o texto acima somente no que está sublinhado e negritado para obter a síntese.
Vamos, portanto, como líderes, procurar e estimular que todos busquem o poder do Espírito Santo para o exercício das funções no Corpo de Cristo.
Mas longe esteja de mim gloriar-me,a não ser na cruz de Cristo.....Gl 6.14
Leia à Bíblia
Recomendo Leitura
- Creia em milagres,mas confie em Jesus
- O Evangelho Maltrapilho
- Corra com os cavalos
quarta-feira, 30 de julho de 2008
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Síndrome de burnout: não se deixe queimar
A saúde dos líderes pastorais tem sido colocada em cheque constantemente por uma série de males que têm acometido vários pastores nos últimos dias. Os pastores lutam com desafios espirituais em sua essência, mas, não se limitam a estes. Como sujeitos “bio-fisio-psico-socio-espirituais” lidamos o tempo todo com outros indivíduos que mantém a mesma complexidade. Desta dinâmica de relacionamentos uma série de males pode emergir.
Dentre as doenças que têm sido diagnosticadas existe uma sobre a qual eu nunca havia ouvido falar até a pouco tempo. É a chamada “Síndrome de Burnout”, um mal que parece ter sido feito sob medida para os líderes pastorais que tem na ministração a outros a sua marca de trabalho.
Pregar, ensinar, liderar, aconselhar, visitar, consolar, encorajar, corrigir, planejar, mediar etc. São tarefas que têm tudo a ver com a possibilidade do líder sofrer desta síndrome. Já foi constatado em pesquisas que os profissionais expostos a altos níveis de estresse e aqueles que trabalham em funções em que precisam se doar mais como pessoas são os que mais apresentam este mal.
Os pastores têm todo o perfil para serem vítimas comuns dessa síndrome. Podemos traduzir a palavra “burnout” como “combustão completa”, ou seja, algo queimado totalmente. Psicologicamente falando este termo se aplica a uma situação de completa exaustão e entrega ao desencorajamento. Este termo pode ser aplicado ao pastor quando este se vê “queimado” com reflexos espirituais, emocionais e físicos. Este mal é terrível e infelizmente temos de constatar que muitos colegas já estão sofrendo dele. Há muitos líderes “queimados”, que já há muito tempo têm revelado sintomas dessa síndrome, talvez eles mesmos não notem, mas quem está ao seu redor sim!
Outro dia atendi um pastor de outra denominação no gabinete que chegou apresentando exatamente os sintomas dessa síndrome. Ele chegou ao ponto de dizer que, em determinados momentos, tinha vontade de jogar o carro no poste. Graças a Deus hoje ele está bem. Nenhum pastor está livre disso.
Quais são os sintomas dessa síndrome? Segundo estudiosos os principais sintomas são:
· Exaustão emocional com uma profunda falta de estímulo profissional. As perspectivas se perdem, os sonhos são abandonados e a ansiedade ganha espaço.
· Despersonalização com uma insensibilização diante de tudo e de todos ao redor. O pastor veste uma couraça de auto-proteção diante das tensões interpessoais e circunstâncias do dia-a-dia laboral.
· Perde-se a capacidade de produzir criativamente e as tarefas que ainda continuam sendo feitas se transformam em simples obrigação e rotina.
· Apresenta comportamento agressivo e irritadiço sem motivo aparente e um mau humor freqüente.
· Sentimento de baixa realização e desencorajamento profissional com uma avaliação muito negativa sobre si mesmo.
· Sentimento de derrota e abatimento também são comuns.
· Além disso tudo, ainda pode surgir a depressão.
Pela natureza do trabalho, os pastores estão na linha de frente daqueles que podem sofrer da “Síndrome de Burnout”. Um pastor acometido dessa síndrome irá gerar problemas para si mesmo, para sua família e para as pessoas a quem tem de ministrar.
Como podemos buscar prevenir este mal? Penso que não uma, mas muitas ações são indicadas para prevenção:
· descanso freqüente,
· um sono reparador,
· a prática de um hobbie ou esporte saudáveis e contínuos,
· uma alimentação correta,
· uma saúde em dia,
· uma visão de si mesmo equilibrada,
· a manutenção de expectativas realistas em relação si mesmo e ao ministério,
· o compartilhar contínuo de fardos,
· uma vida devocional coerente,
· o desenvolvimento de amizades verdadeiras,
· uma divisão mais eqüitativa de horários,
· a quebra eventual da rotina de vida,
· o não acumulo de emoções negativas,
· mudanças na vida sempre que possíveis e necessárias,
· o desfrutar de aspectos mais simples da vida como um abraço de um filho,
· o carinho da esposa e o sorriso de um amigo leal,
· uma caminhada em um local tranqüilo,
· uma leitura por prazer, etc.
Tudo isso pode cooperar. Se você percebe que está sofrendo desse mal, não se desespere, procure ajuda, há cura. Não tenha vergonha de abrir o coração com alguém que de fato possa lhe ajudar neste momento. Sua vida é muito preciosa para ser “queimada”.
Talvez a pior conseqüência da “Síndrome de Burnout” seja a possibilidade de nos levar a perder a capacidade de descansar no Senhor, mas é ai que reside a base para a prevenção e a cura desse mal.
Se como pastores estamos na linha de frente para sermos pegos por este mal, por outro lado, temos ao nosso dispor o maior recurso do universo para sermos sarados - a mão de Jeová-Rafa estendida em nossa direção. Que ele nos abençoe, nos guarde e nos cure.
Ednilson Correia de Abreu
Dentre as doenças que têm sido diagnosticadas existe uma sobre a qual eu nunca havia ouvido falar até a pouco tempo. É a chamada “Síndrome de Burnout”, um mal que parece ter sido feito sob medida para os líderes pastorais que tem na ministração a outros a sua marca de trabalho.
Pregar, ensinar, liderar, aconselhar, visitar, consolar, encorajar, corrigir, planejar, mediar etc. São tarefas que têm tudo a ver com a possibilidade do líder sofrer desta síndrome. Já foi constatado em pesquisas que os profissionais expostos a altos níveis de estresse e aqueles que trabalham em funções em que precisam se doar mais como pessoas são os que mais apresentam este mal.
Os pastores têm todo o perfil para serem vítimas comuns dessa síndrome. Podemos traduzir a palavra “burnout” como “combustão completa”, ou seja, algo queimado totalmente. Psicologicamente falando este termo se aplica a uma situação de completa exaustão e entrega ao desencorajamento. Este termo pode ser aplicado ao pastor quando este se vê “queimado” com reflexos espirituais, emocionais e físicos. Este mal é terrível e infelizmente temos de constatar que muitos colegas já estão sofrendo dele. Há muitos líderes “queimados”, que já há muito tempo têm revelado sintomas dessa síndrome, talvez eles mesmos não notem, mas quem está ao seu redor sim!
Outro dia atendi um pastor de outra denominação no gabinete que chegou apresentando exatamente os sintomas dessa síndrome. Ele chegou ao ponto de dizer que, em determinados momentos, tinha vontade de jogar o carro no poste. Graças a Deus hoje ele está bem. Nenhum pastor está livre disso.
Quais são os sintomas dessa síndrome? Segundo estudiosos os principais sintomas são:
· Exaustão emocional com uma profunda falta de estímulo profissional. As perspectivas se perdem, os sonhos são abandonados e a ansiedade ganha espaço.
· Despersonalização com uma insensibilização diante de tudo e de todos ao redor. O pastor veste uma couraça de auto-proteção diante das tensões interpessoais e circunstâncias do dia-a-dia laboral.
· Perde-se a capacidade de produzir criativamente e as tarefas que ainda continuam sendo feitas se transformam em simples obrigação e rotina.
· Apresenta comportamento agressivo e irritadiço sem motivo aparente e um mau humor freqüente.
· Sentimento de baixa realização e desencorajamento profissional com uma avaliação muito negativa sobre si mesmo.
· Sentimento de derrota e abatimento também são comuns.
· Além disso tudo, ainda pode surgir a depressão.
Pela natureza do trabalho, os pastores estão na linha de frente daqueles que podem sofrer da “Síndrome de Burnout”. Um pastor acometido dessa síndrome irá gerar problemas para si mesmo, para sua família e para as pessoas a quem tem de ministrar.
Como podemos buscar prevenir este mal? Penso que não uma, mas muitas ações são indicadas para prevenção:
· descanso freqüente,
· um sono reparador,
· a prática de um hobbie ou esporte saudáveis e contínuos,
· uma alimentação correta,
· uma saúde em dia,
· uma visão de si mesmo equilibrada,
· a manutenção de expectativas realistas em relação si mesmo e ao ministério,
· o compartilhar contínuo de fardos,
· uma vida devocional coerente,
· o desenvolvimento de amizades verdadeiras,
· uma divisão mais eqüitativa de horários,
· a quebra eventual da rotina de vida,
· o não acumulo de emoções negativas,
· mudanças na vida sempre que possíveis e necessárias,
· o desfrutar de aspectos mais simples da vida como um abraço de um filho,
· o carinho da esposa e o sorriso de um amigo leal,
· uma caminhada em um local tranqüilo,
· uma leitura por prazer, etc.
Tudo isso pode cooperar. Se você percebe que está sofrendo desse mal, não se desespere, procure ajuda, há cura. Não tenha vergonha de abrir o coração com alguém que de fato possa lhe ajudar neste momento. Sua vida é muito preciosa para ser “queimada”.
Talvez a pior conseqüência da “Síndrome de Burnout” seja a possibilidade de nos levar a perder a capacidade de descansar no Senhor, mas é ai que reside a base para a prevenção e a cura desse mal.
Se como pastores estamos na linha de frente para sermos pegos por este mal, por outro lado, temos ao nosso dispor o maior recurso do universo para sermos sarados - a mão de Jeová-Rafa estendida em nossa direção. Que ele nos abençoe, nos guarde e nos cure.
Ednilson Correia de Abreu
quinta-feira, 10 de julho de 2008
A adoração verdadeira revela tanto a amizade quanto o temor a Deus
A adoração verdadeira revela tanto a amizade quanto o temor a Deus.
O cristianismo afirma um lugar único entre as religiões do mundo. Nossa fé fala de um Deus diante de quem os mais poderosos santos tiram os sapatos, curvam-se, rosto em terra, e arrependem-se no pó e na cinza. Ao mesmo tempo, ela afirma um Deus que veio à terra, como um bebê, que mostrou carinhosa misericórdia para com as crianças e os fracos, que nos ensinou a chamá-lo de Aba, que amou e foi amado. Os teólogos dizem que Deus é transcendente e imanente. Deus inspira, ao mesmo tempo, respeito e amor, temor e amizade.
Para os mais modernos, no entanto, o sentimento de respeito surge com muita dificuldade. Domesticamos os anjos até transformá-los em brinquedos de pelúcia e ornamentos natalinos, fazemos cartões de São Pedro nos portões do céu, amansamos o fenômeno da Páscoa com coelhos desajeitados e substituímos o respeito dos pastores e dos magos por duendes fofinhos e um homem divertido vestido de vermelho. O Deus todo-poderoso ganhou apelidos, como ‘O Grande Cara’ e ‘O Homem Lá de Cima’.
Em fevereiro de 2005, esta revista publicou um artigo que trata de um assunto que me irrita. Qual foi o processo que levou a palavra adoração tornar-se sinônimo de música? Por muitos meses, minha igreja procurou um ‘pastor de adoração’ e houve um desfile de candidatos para uma audição, com seus violões e grupos vocais. Sim, alguns deles oraram: ‘Senhor, apenas o Senhor sabe, esteja verdadeiramente conosco esta noite e deixe-nos saber que está aqui’. Ninguém mostrou muito conhecimento de teologia e, seguramente, ninguém nos levou a sentir algo como respeito. Hoje, adoração significa preencher com barulho qualquer espaço de silêncio.
Saúdo o sentimento de celebração e alegria aparente em muitas músicas atuais. Ainda assim, espanta-me o que deixamos de lado quando tentamos reduzir a distância entre a criatura e o Criador, distância essa tão eloquentemente expressa por Jó, Isaías e os salmistas. João, o discípulo a quem Jesus amava, que reclinara a cabeça sobre Jesus, registrou, em Apocalipse, que caiu aos seus pés como morto, quando Jesus apareceu em toda sua glória.
O estilo de adoração oscila de cá para lá, como um pêndulo, do ortodoxo ao doukhobors, do anglicanismo aos quacres, do luteranismo ao moravianismo, de igrejas aprovadas e estabelecidas às igrejas contracultura emergentes; e, talvez, precisemos de um pouco das duas. Certa vez, Sören Kierkegaard disse que lidamos com a adoração como se o pastor e o coro fossem atores, e a congregação, a audiência, quando, em vez disso, Deus deveria ser a audiência; o pastor e o coro, os incitadores; e a congregação, os verdadeiros participantes. O que apresenta uma questão interessante: que tipo de música Deus prefere? Parece que temos muito tempo para aprender a resposta a essa pergunta, pois Apocalipse apresenta muitas cenas de criaturas adorando Deus por meio da música e da oração.
Abraham Heschel, eticista e escritor judeu, fez a seguinte observação: “Respeito, ao contrário do temor, não nos faz encolher diante do objeto de respeito, antes, leva-nos para perto dele”. E a Martinho Lutero disseram que ele devia orar com a reverência de estar se dirigindo a Deus, e a ousadia de estar se dirigindo a um amigo.
Um líder de adoração, que causa um crescente impacto na música cristã, tenta manter em criativa tensão esses dois elementos de respeito e temor. Matt Redman, autor de canções como Heart of Worship [Coração de adoração], Better Is One Day [Um dia melhor] e Let My Words Be Few [Que minhas palavras sejam poucas], lidera o grupo Soul Survivor, que se reúne em grande armazém em Londres, Inglaterra. Certo ano, Redman e seu pastor, preocupados com o fato da música de adoração ter se tornado o foco dos músicos, em vez de Deus, deram um audacioso passo e eliminaram totalmente a música do culto de adoração. Após esse período de ‘jejum’, ele emergiu com uma nova compreensão de adoração. Conforme declarou em uma entrevista no rádio:
[Adoração] é mais bem resumida em Ef 5.10, que afirma: “Aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor.” Se você falar sobre música, na verdade, quer fazer uma oferta que o agrade e, obviamente, ele não está preocupado com a música em si, o estilo ou se você toca no tempo certo e coisas assim. Quando você despeja seu coração na música e apóia isso com sua vida, esse, provavelmente, é um coração de adoração.
Um disco de Redman, lançado em 1998, chamado The Friendship and the Fear [A amizade e o temor], retirou seu título de um versículo do Salmos 25: “O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança” (v. 14). Redman continua a explorar a região fronteiriça entre o respeito e o temor, pois a autêntica adoração engloba ambos. Essa é a resposta apropriada, quando o Deus santo faz um convite à intimidade para o ser humano imperfeito. No Antigo Testamento hebraico, a palavra original para adoração significava ‘curvar-se em reverência e submissão’. No Novo Testamento, a palavra grega mais usada para adoração significa ‘apresentar-se para beijar’. Entre esses dois significados – ou em uma combinação de ambos – encontra-se nosso melhor caminho para Deus.
. . .
Philip Yancey
O cristianismo afirma um lugar único entre as religiões do mundo. Nossa fé fala de um Deus diante de quem os mais poderosos santos tiram os sapatos, curvam-se, rosto em terra, e arrependem-se no pó e na cinza. Ao mesmo tempo, ela afirma um Deus que veio à terra, como um bebê, que mostrou carinhosa misericórdia para com as crianças e os fracos, que nos ensinou a chamá-lo de Aba, que amou e foi amado. Os teólogos dizem que Deus é transcendente e imanente. Deus inspira, ao mesmo tempo, respeito e amor, temor e amizade.
Para os mais modernos, no entanto, o sentimento de respeito surge com muita dificuldade. Domesticamos os anjos até transformá-los em brinquedos de pelúcia e ornamentos natalinos, fazemos cartões de São Pedro nos portões do céu, amansamos o fenômeno da Páscoa com coelhos desajeitados e substituímos o respeito dos pastores e dos magos por duendes fofinhos e um homem divertido vestido de vermelho. O Deus todo-poderoso ganhou apelidos, como ‘O Grande Cara’ e ‘O Homem Lá de Cima’.
Em fevereiro de 2005, esta revista publicou um artigo que trata de um assunto que me irrita. Qual foi o processo que levou a palavra adoração tornar-se sinônimo de música? Por muitos meses, minha igreja procurou um ‘pastor de adoração’ e houve um desfile de candidatos para uma audição, com seus violões e grupos vocais. Sim, alguns deles oraram: ‘Senhor, apenas o Senhor sabe, esteja verdadeiramente conosco esta noite e deixe-nos saber que está aqui’. Ninguém mostrou muito conhecimento de teologia e, seguramente, ninguém nos levou a sentir algo como respeito. Hoje, adoração significa preencher com barulho qualquer espaço de silêncio.
Saúdo o sentimento de celebração e alegria aparente em muitas músicas atuais. Ainda assim, espanta-me o que deixamos de lado quando tentamos reduzir a distância entre a criatura e o Criador, distância essa tão eloquentemente expressa por Jó, Isaías e os salmistas. João, o discípulo a quem Jesus amava, que reclinara a cabeça sobre Jesus, registrou, em Apocalipse, que caiu aos seus pés como morto, quando Jesus apareceu em toda sua glória.
O estilo de adoração oscila de cá para lá, como um pêndulo, do ortodoxo ao doukhobors, do anglicanismo aos quacres, do luteranismo ao moravianismo, de igrejas aprovadas e estabelecidas às igrejas contracultura emergentes; e, talvez, precisemos de um pouco das duas. Certa vez, Sören Kierkegaard disse que lidamos com a adoração como se o pastor e o coro fossem atores, e a congregação, a audiência, quando, em vez disso, Deus deveria ser a audiência; o pastor e o coro, os incitadores; e a congregação, os verdadeiros participantes. O que apresenta uma questão interessante: que tipo de música Deus prefere? Parece que temos muito tempo para aprender a resposta a essa pergunta, pois Apocalipse apresenta muitas cenas de criaturas adorando Deus por meio da música e da oração.
Abraham Heschel, eticista e escritor judeu, fez a seguinte observação: “Respeito, ao contrário do temor, não nos faz encolher diante do objeto de respeito, antes, leva-nos para perto dele”. E a Martinho Lutero disseram que ele devia orar com a reverência de estar se dirigindo a Deus, e a ousadia de estar se dirigindo a um amigo.
Um líder de adoração, que causa um crescente impacto na música cristã, tenta manter em criativa tensão esses dois elementos de respeito e temor. Matt Redman, autor de canções como Heart of Worship [Coração de adoração], Better Is One Day [Um dia melhor] e Let My Words Be Few [Que minhas palavras sejam poucas], lidera o grupo Soul Survivor, que se reúne em grande armazém em Londres, Inglaterra. Certo ano, Redman e seu pastor, preocupados com o fato da música de adoração ter se tornado o foco dos músicos, em vez de Deus, deram um audacioso passo e eliminaram totalmente a música do culto de adoração. Após esse período de ‘jejum’, ele emergiu com uma nova compreensão de adoração. Conforme declarou em uma entrevista no rádio:
[Adoração] é mais bem resumida em Ef 5.10, que afirma: “Aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor.” Se você falar sobre música, na verdade, quer fazer uma oferta que o agrade e, obviamente, ele não está preocupado com a música em si, o estilo ou se você toca no tempo certo e coisas assim. Quando você despeja seu coração na música e apóia isso com sua vida, esse, provavelmente, é um coração de adoração.
Um disco de Redman, lançado em 1998, chamado The Friendship and the Fear [A amizade e o temor], retirou seu título de um versículo do Salmos 25: “O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança” (v. 14). Redman continua a explorar a região fronteiriça entre o respeito e o temor, pois a autêntica adoração engloba ambos. Essa é a resposta apropriada, quando o Deus santo faz um convite à intimidade para o ser humano imperfeito. No Antigo Testamento hebraico, a palavra original para adoração significava ‘curvar-se em reverência e submissão’. No Novo Testamento, a palavra grega mais usada para adoração significa ‘apresentar-se para beijar’. Entre esses dois significados – ou em uma combinação de ambos – encontra-se nosso melhor caminho para Deus.
. . .
Philip Yancey
terça-feira, 8 de julho de 2008
REFLEXÃO INTROSPECTIVA
“Porque tive vergonha de pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto já lhe havíamos dito: A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua força e a sua ira, contra todos os que o abandonam.” (Esdras 8.22)
Uma escolta em muitos aspectos teria sido desejável para o grupo de peregrinos, mas uma santa timidez não permitiria que Esdras procurasse uma. Ele ficou preocupado de que o rei pagão pensasse que suas profissões de fé em Deus fossem mera hipocrisia ou imaginasse que o Deus de Israel não fosse capaz de preservar seus próprios adoradores. Ele não podia ter em mente o apoio de um braço de carne em questão tão evidentemente do Senhor, e, portanto, a caravana partiu sem nenhuma proteção visível, guardada por Aquele que é a espada e o escudo de seu povo. Deve-se recear que uns poucos crentes sintam este santo zelo por Deus. Mesmo aqueles que em certa medida andam por fé, ocasionalmente maculam o brilho de sua vida por desejar a ajuda do homem. É a coisa mais bendita não ter apoio, mas permanecer firme sobre a Rocha Eterna, sustentado somente pelo Senhor. Procurariam quaisquer crentes doações do Estado para sua igreja, se tivessem lembrança de que o Senhor é desonrado ao se pedir ajuda a César? Como se o Senhor não pudesse suprir as necessidades de sua própria casa! Devemos apresentar-nos em recorrer aos amigos e parentes por assistência, se nos lembrarmos de que o Senhor é exaltado por nossa implícita confiança em seu braço solitário? Minha alma, espere somente em Deus. “Mas”, diria alguém, “os meios não são para ser usados?” Certamente, mas nossa falta raramente está em sua negligência: muito freqüentemente isso resulta de colocarmos a nossa fé neles em lugar de crer em Deus. Uns poucos prescindem da ajuda meramente humana, porém muitos pecam grandemente em dar muito valor a ela. Aprenda, caro leitor, a glorificar o Senhor por recusar valer-se dos meios, se, ao utilizá-los, vier a desonrar o nome do Senhor.
Uma escolta em muitos aspectos teria sido desejável para o grupo de peregrinos, mas uma santa timidez não permitiria que Esdras procurasse uma. Ele ficou preocupado de que o rei pagão pensasse que suas profissões de fé em Deus fossem mera hipocrisia ou imaginasse que o Deus de Israel não fosse capaz de preservar seus próprios adoradores. Ele não podia ter em mente o apoio de um braço de carne em questão tão evidentemente do Senhor, e, portanto, a caravana partiu sem nenhuma proteção visível, guardada por Aquele que é a espada e o escudo de seu povo. Deve-se recear que uns poucos crentes sintam este santo zelo por Deus. Mesmo aqueles que em certa medida andam por fé, ocasionalmente maculam o brilho de sua vida por desejar a ajuda do homem. É a coisa mais bendita não ter apoio, mas permanecer firme sobre a Rocha Eterna, sustentado somente pelo Senhor. Procurariam quaisquer crentes doações do Estado para sua igreja, se tivessem lembrança de que o Senhor é desonrado ao se pedir ajuda a César? Como se o Senhor não pudesse suprir as necessidades de sua própria casa! Devemos apresentar-nos em recorrer aos amigos e parentes por assistência, se nos lembrarmos de que o Senhor é exaltado por nossa implícita confiança em seu braço solitário? Minha alma, espere somente em Deus. “Mas”, diria alguém, “os meios não são para ser usados?” Certamente, mas nossa falta raramente está em sua negligência: muito freqüentemente isso resulta de colocarmos a nossa fé neles em lugar de crer em Deus. Uns poucos prescindem da ajuda meramente humana, porém muitos pecam grandemente em dar muito valor a ela. Aprenda, caro leitor, a glorificar o Senhor por recusar valer-se dos meios, se, ao utilizá-los, vier a desonrar o nome do Senhor.
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